Meg

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PÁSCOA

A Pascoa não se define
Numa frase ou glossário,
Porque ela é sublime
Dispensa o comentário,
Pois Jesus ressuscitou
Apesar do seu calvário.

Foram tantos sofrimentos,
Doi no peito recordar
A injustiça que fizeram
Com quem só queria amar.
Numa cruz o detiveram
E todo povo vieram
Seu ódio manifestar.

Mesmo assim em agonia
Deixou a maior lição,
O sublime mandamento
Do amor e do perdão.
Só não segue o ensino
Quem gostar da escuridão.

Três dias foram passados
De tão horrenda violência,
Ele ressurge formoso,
Nos dando sua clemência.
Mostrando pra todo mundo
Que é preciso paciência.

A Pascoa lembra passagem
Do ruim pro lado bom,
Eu ouço gente gritando
Bem alto e em bom som,
Porque ainda a humanidade, 
Perdida em perversidade,
Só quer mesmo é bombom!

*Meg*
27/03/13

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PAIXÃO

 

Sentimento alucinado,

A paixão é uma loucura,

É animal indomado,

Não tem ninguém que segura.

Um amante apaixonado,

Faz da vida uma tortura.

 

A paixão chega depressa

Como fogo no palheiro,

Não existe preconceito,

Incendeia o mundo inteiro.

Só para ter a seu lado

O sonhado companheiro.

 

É fácil de descrever

Aquele que tem paixão,

Os seus olhos relampejam

Tempestade com trovão, 

Ventania que derruba,

Afunda até embarcação.

 

São corpos que se desejam,

Num sentimento profundo

E se lhes preciso for

Irão ao final do mundo,

Para estarem a sós

Nem que seja um segundo.

 

É um sentimento tão forte,

Quem sentiu pode alegar,

Penso que não é amor,

Porque pode apagar.

Amor é bem diferente,

Ele existe pra durar.

 

Mas na falta do amor,

É bem vinda uma paixão,

Para aliviar a dor

De quem tá na solidão.

Mesmo que ela se apague

Tá valendo a curtição.

 

*Meg*

 

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ALFORJE

 

Mandei fazer um alforje,

Pedi para reforçar

Pra caber meu violão,

Que me inspira a cantar.

Com ele levo também

A magia do luar.

 

Do outro lado do alforje

Coloquei a solidão,

Os momentos que são meus,

O pulsar do coração,

O silêncio das palavras,

Que bastam pela emoção.

 

No fundo do meu alforje

Uma noite angustiosa,

Lágrimas de desespero

E tampei com uma rosa,

Pra perfumar tudo isso,

Que acabou virando prosa.

 

Verificando o alforje,

Nele também depositei

Meus amores impossíveis,

Que um dia eu amei,

Empurrei lá para o fundo

E mais flores coloquei.

 

Completei o meu alforje

Com toda vivacidade,

Esperança, alegria

E também fraternidade.

Para nunca mais faltar

Muito amor, paz e bondade.

 

Revirei todo o alforje,

Para ver se ainda cabia

O sonho, a ilusão,

Coragem, sabedoria,

Pra não carregar comigo

O peso da agonia.

 

Caminhando com o alforje,

Estava ele bem pesado,

Coloquei sobre a areia

E recordei o passado.

Revi cenas amargas,

Melhor não ter recordado.

 

Fui desatando o alforje

Bem defronte ao mar aberto

E tirando um a um,

O errado e o certo.

Pedi que a água levasse,

Não deixasse nada perto.

 

Esvaziei o alforje,

Para casa fui voltando,

Senti a leveza da brisa,

Pela rua andei cantando,

Qual alegre bem-te-vi,

Novas emoções juntando.

 

*Meg*

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UM ROSTO NA MULTIDÃO

 

Andando por este mundo

Muita feição eu já vi,

Mas teu rosto delicado

Não há outro igual a ti.

Vivo assim amargando

O grande amor que perdi!

 

A vida se fez cruel,

Mudou nossa direção,

E hoje eu te procuro

Qual sol na escuridão.

Te procuro e não acho,

Grito teu nome em vão!

 

Ah! Se você me encontrasse

E me desse o teu carinho,

Nesta hora não estaria

A escrever no caderninho.

Nosso triste desencontro,

Nossa perda de caminho.

 

Procuro-te em toda parte

E não canso de esperar,

Que o destino me devolva

A quem só desejo amar!

Sei que também me procuras

Pelo mundo, pelo ar.

 

Nesta busca infinita

Minha vida sem amor,

Como eu queria teus olhos

Apagando a minha dor.

Mas é mais uma ilusão

Do meu coração sonhador!

 

*Meg*